No dia 16 de julho de 1251, a Virgem Santíssima aparecia a São Simão Stock e fazia promessas especiais a quem quer que usasse com devoção o seu
No dia 16 de julho de 1251, a Virgem Santíssima aparecia a São Simão Stock e fazia promessas especiais a quem quer que usasse com devoção o seu escapulário. Saiba o que ele significa.
Especialmente após a aparição de Nossa Senhora a São Simão Stock, em 16 de julho de 1251, a essa devoção acresceu-se um novo significado: o escapulário passou a ser o “hábito da Virgem Maria” e quem quer que começasse a usá-lo deveria procurar, também, consagrar-se à Mãe de Deus e imitar-lhe as virtudes, recebendo dela a tríplice promessa de (1) proteção durante a vida, (2) assistência na hora da morte e (3) salvação eterna. Foi impulsionados por essa forte mensagem mariana que muitos aderiram à devoção do escapulário e passaram-na adiante.
Cumpre não perder de vista, porém, a íntima associação que existe, desde o princípio, entre o uso do escapulário e a espiritualidade do Carmelo. Quem quer que receba a imposição desse “hábito” é como que agregado, de alguma forma, à grande família carmelita, como diz expressamente o atual “Rito de Benção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo”, aprovado em 1996 pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos:
“O Escapulário é também um sinal de comunhão com a Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, que se dedica ao serviço de Nossa Senhora para o bem de toda a Igreja. Ao recebê-lo, vós exprimis o desejo de participar no espírito e na vida da Ordem.”
[…]
“Pela bênção e imposição deste Escapulário
vós fostes admitidos na família carmelita,
dedicada à imitação
e ao serviço da Virgem Mãe de Deus,
para que possais servir com maior dedicação
a Cristo e à sua Igreja,
com o mesmo espírito contemplativo e apostólico
da Ordem de Nossa Senhora do Carmo.
Para que o consigais com maior perfeição,
eu, pelo poder que me foi concedido,
admito-vos a participar nos bens espirituais
da mesma Ordem do Carmo.” [1]
Não se trata, evidentemente, de um voto religioso, mas sim de um “sacramental”, verdadeiro instrumento da graça divina para que nos convertamos e levemos uma vida nova e de fervorosa oração. Inúmeras pessoas foram, de fato, conduzidas a Deus por meio dessa devoção, sem falar de tantas outras que, por misericórdia divina, receberam graças extraordinárias no momento de sua morte e salvaram as suas almas.
É por isso que, em carta endereçada aos superiores da Ordem dos Carmelitas, por ocasião do 700 anos de aniversário do escapulário, o Papa Pio XII exortava todo o povo de Deus a não receber em vão o hábito carmelita:
“Este Sagrado Escapulário é, de fato, como um hábito mariano, sinal e penhor da proteção da Mãe de Deus. Ninguém pense, todavia, que, usando essa veste com preguiça ou torpor espiritual, mesmo assim terá assegurada a sua salvação eterna, porquanto adverte o Apóstolo: ‘Com temor e com tremor operai a vossa salvação’ (Fl 2, 12). Assim, pois, todos os carmelitas que pertencem por peculiar vínculo de amor à única família da Bem-aventurada Mãe de Deus, seja nos claustros das primeiras e segundas Ordens, seja na Ordem terceira regular ou secular, seja nas confrarias, tenham consigo em memória da mesma Virgem o espelho da humildade e da castidade; o breviário da modéstia e da simplicidade no próprio modo natural de vestir-se e, principalmente, nessas mesmas vestes que usam dia e noite, as preces significadas por esse eloquente símbolo, por meio das quais imploram o auxílio divino; tenham, por fim, aquela consagração ao sacratíssimo Coração da Virgem Imaculada, que sem cessar ultimamente temos recomendado.” [2]
O escapulário de Nossa Senhora do Carmo é garantia incondicional de salvação, portanto, para aqueles que fazem a vontade de seu Filho. Nossa esperança, ao trazermos sobre os ombros esse piedosos sacramental, é que ele seja “força salvadora de Deus” para nós que cremos (cf. Rm 1, 16), assim como era curado, durante a vida terrena de Jesus, quem quer que tocasse ainda que fosse somente nas orlas do Seu manto (cf. Mc 5, 25-34).
Referências
- Rito de Benção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo apud Salvem a Liturgia!.
- Papa Pio XII, Carta Neminem profecto latet (11 de fevereiro de 1950): AAS 42, pp. 390-391.
Com Informações do Site do Padre Paulo Ricardo
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